Eu já desconfiava.
Semana passada, passando em frente à Hípica de Santo Amaro, zona sul de São Paulo, perguntei ao porteiro se o termo "cavalo paraguaio" existe e a resposta dele foi: "não, não existe".
Procurei algo mais definitivo antes de falar. Mas acabei de conversar com Erick Cunha, curitibano aficcionado por Turfe e dono da maior comunidade de Turfe da Internet.
Erick afirmou que nunca ouviu falar do termo "cavalo paraguaio", quando se referem a cavalos que saem na frente e como ele disse, "chegam depois da ambulância".
Ou seja, quem inventou o termo não sabia do que estava falando. E quem o repete deve tomar cuidado, pois é uma expressão que não guarda nenhuma ligação com a realidade.
Em suma: "cavalo paraguaio" é como sua colega de gênero, a "mula-sem-cabeça": não existe.
* * *
Complementa o prezado leitor Ivan Massocato, de Itaporã (MS)
"(...) vários anos atrás, antes desta expressão chegar à grande mídia, ela já era usada aqui na minha região, fronteiriça ao Paraguai, para designar não só times de futebol, mas qualquer competidor que não sustentasse uma boa largada. Porém, era lavrada "cavalo DE paraguaio". Vale dizer ainda que são facilmente encontráveis canchas no meio do nada, em pastagens de fazendas na região de fronteira, o que é (na minha opinião) indicativo de que as corridas de cavalos eram muito mais comuns na região há 15 ou 20 anos, donde pode ter surgido a expressão. Entretanto, aqui há uma certa rivalidade ao estilo Brasil/Argentina, e penso que a expressão pode ser meramente pejorativa, sem respaldo alguns nas velhas disputas. Tristemente, o povo paraguaio é tido por aqui como o brasileiro para o resto do mundo: indolente, atrasado e velhaco."
Semana passada, passando em frente à Hípica de Santo Amaro, zona sul de São Paulo, perguntei ao porteiro se o termo "cavalo paraguaio" existe e a resposta dele foi: "não, não existe".
Procurei algo mais definitivo antes de falar. Mas acabei de conversar com Erick Cunha, curitibano aficcionado por Turfe e dono da maior comunidade de Turfe da Internet.
Erick afirmou que nunca ouviu falar do termo "cavalo paraguaio", quando se referem a cavalos que saem na frente e como ele disse, "chegam depois da ambulância".
Ou seja, quem inventou o termo não sabia do que estava falando. E quem o repete deve tomar cuidado, pois é uma expressão que não guarda nenhuma ligação com a realidade.
Em suma: "cavalo paraguaio" é como sua colega de gênero, a "mula-sem-cabeça": não existe.
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Complementa o prezado leitor Ivan Massocato, de Itaporã (MS)
"(...) vários anos atrás, antes desta expressão chegar à grande mídia, ela já era usada aqui na minha região, fronteiriça ao Paraguai, para designar não só times de futebol, mas qualquer competidor que não sustentasse uma boa largada. Porém, era lavrada "cavalo DE paraguaio". Vale dizer ainda que são facilmente encontráveis canchas no meio do nada, em pastagens de fazendas na região de fronteira, o que é (na minha opinião) indicativo de que as corridas de cavalos eram muito mais comuns na região há 15 ou 20 anos, donde pode ter surgido a expressão. Entretanto, aqui há uma certa rivalidade ao estilo Brasil/Argentina, e penso que a expressão pode ser meramente pejorativa, sem respaldo alguns nas velhas disputas. Tristemente, o povo paraguaio é tido por aqui como o brasileiro para o resto do mundo: indolente, atrasado e velhaco."
4 comentários:
Desde já, não falarei mais.
Acho que nunca falei, mas..
Nada como ter um amigo etimologista!
abraço bindão
qual termo usar então ???
Não quero bancar o advogado do diabo, mas vários anos atrás, antes desta expressão chegar à grande mídia, ela já era usada aqui na minha região, fronteiriça ao PY, para designar não só times de futebol, mas qualquer competidor que não sustentasse uma boa largada. Porém, era lavrada "cavalo DE paraguaio". Vale dizer ainda que são facilmente encontráveis canchas no meio do nada, em pastagens de fazendas na região de fronteira, o que é (na minha opinião) indicativo de que as corridas de cavalos eram muito mais comuns na região há 15 ou 20 anos, donde pode ter surgido a expressão.
Entretanto, aqui há uma certa rivalidade ao estilo Brasil/Argentina, e penso que a expressão pode ser meramente pejorativa, sem respaldo alguns nas velhas disputas. Tristemente, o povo paraguaio é tido por aqui como o brasileiro para o resto do mundo: indolente, atrasado e velhaco.
O fato da expressão ter pedigree ou não, não muda o fato de que ela cabe perfeitamente, principalmente no futebol... expressão popular é como vira-lata; não precisa ter procedência, só precisa vir pra ficar que tá valendo!^^
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