sábado, 29 de março de 2008

Sobre Casagrande

Como largamente discutido durante a semana (afinal, era isso que Placar queria: repercussão), Casagrande, ex-jogador e comentarista esportivo, está internado em uma clínica de recuperação para usuários de drogas.

Pois bem.

Mais uma bola fora de Placar. Matéria deplorável, no nível daquela que revelou salários de jogadores.

Li a matéria. Bem escrita (apesar de algo raivosa). Bem apurada. E a chamada de capa não é sensacionalista. Aliás, na capa, cadê o nome FIAT na camisa do Denílson?

A matéria é necessária? Para vender revista e criar repercussão, sim.

A capa da matéria mostrando Casagrande deploravelmente retratado é sensacionalista? Não sei, mas é apelativa.

O box "Carreiras Marcadas" tem esse título sem querer? Foi apenas um erro ou uma piada de péssimo gosto?

O box "A CASA CAIU NÃO, CASÃO", que eu achava que seria redentora, repetiu o tom acusatório da matéria.

Isso é discussão para simpósio de jornalismo. Mas acho que é o tipo de matéria que o departamento comercial adora. Eu, por questões de princípio, não publicaria. Quem publica não é safado, fajuto, desonesto ou sem-vergonha. Mas tem uma noção de respeito a outro ser humano que eu discuto.

Talvez eles se orgulhem de dar um furo que todo mundo já sabia. Um dia espero que se envergonhem de expor de forma tão sensacionalista a vida de um outro ser humano.

Do ponto de vista mercantil, entendo. É pra vender revista. É pra fazer dinheiro. Do ponto de vista humano, é repugnante.

É indigno.

ATUALIZADO EM 02/abril

Há quem defenda Placar dizendo que a matéria é de interesse público, que foi publicada para "dar uma resposta ao leitor".

Interesse público? Quem é Casagrande? Um ex-atleta e atual comentarista da TV Globo. Só isso.

É interesse público saber que o marido de Suzana Vieira foi pego no motel batendo em prostitutas?

É interesse público saber que Amy Winehouse cheia cocaína a ponto de ficar com a nariz sujo?

É interesse público saber que Woody Allen transava com sua enteada na mesma cama que ele dormia com a sua esposa?

Não devemos confundir interesse público com CURIOSIDADE pública.


domingo, 23 de março de 2008

Portugusa x Marilha versus Plágio sem Crédito

Quando eu lia em vários blogues por aí que o Kibeloco (prestigiado, engraçado e interessante blogue há muitos anos na estrada) era useiro e vezeiro em plagiar textos e usar fotos e montagens alheias sem dar o necessário e honesto crédito, eu não acreditei.

Afinal, é um blog de grande qualidade e como já dito, de grande prestígio. Seu idealizador/dono/editor até foi convidado, devido ao sucesso do Kibeloco, para trabalhar na TV Globo, onde é redator do Caldeirão do Huck. Pois bem. Dezoito de março. O excelente e original blog Jogos Perdidos, formado por adoráveis malucos por futebol que rodam o Brasil e o mundo atrás daqueles jogos de futebol que a grande mídia nem sabe que acontece, assiste, numa noite de domingo, Portuguesa x Marília, no Canindé.

Durante o jogo, flagram o placar do estádio exibindo um erro, mostrando que jogam ali "Portugusa x Marilha"

foto: Fernando Martinez

Pouco tempo depois, o Kibeloco publica a mesma foto, ligeiramente editada, sem dar o crédito e pior: com seu selo, como se a foto fosse sua exclusividade. Provavelmente, para evitar um odioso plágio.


Tá certíssimo em tentar evitar plágio, Kibe.

Afinal, plágio é atestado de burrice.

sábado, 22 de março de 2008

Minha coluna de estréia no site do Milton Neves

Desde a semana passada tenho uma coluna no site do Milton Neves sobre origem e significado dos escudos e distintivos dos times de futebol pelo mundo.

Essa é a primeira coluna.

###

Primeiramente, quero agradecer ao Milton Neves pelo gentil convite para escrever uma coluna no seu site. O convite, além de me honrar, me emociona: foi com ele que comecei a conhecer o futebol. Foi ouvindo Milton Neves que aprendi a amar o rádio, esse delicioso veículo de comunicação.


Desde criança, escrevia cartas para o Milton; quando ele as lia no ar, era para mim uma glória e uma imensa alegria. Quando eu recebia cartões de Natal dele, os envelopes eram guardados em uma caixa junto com a minha coleção de Placar e meus cadernos em que eu anotava os resultados dos campeoantos de futebol de botão que eu organizava com o meu avô.


E agora, passados mais de 25 anos, Milton me convida. Nesse meio-tempo, criei um site (www.distintivos.com.br) que é o maior e mais atualizado acervo de escudos de times de futebol da internet mundial; participo toda segunda-feira do Fanáticos por Futebol, da Rádio Bandeirantes (convite do grande Marcelo Duarte); escrevi um livro (Futebol é uma Caixinha de Surpresas) que é filhote do meu quadro no programa da RB; escrevo em blogs e sites (Blog do Birner, Blag do Mauro Beting e Trivela); tenho uma coluna no Diário Regional, do ABC; sou comentarista da equipe 105FM Futebol Club, da rádio 105 FM, comandada por Lélio Teixeira e Ricardo Martins, tendo grandes companheiros ao meu lado.


E agora, repito, Milton Neves me convida para fazer parte de seu site. O que posso dizer, além de obrigado?



* * *



Falemos de escudos, de distintivos, de brasões.


Os escudos dos times da região de Valencia, na Espanha, normalmente têm um morcego desenhado. Os dois principais times locais, o alvinegro Valencia e o Levante, de cores grená e azul (mais antigo que o rival), têm um morcego desenhado no escudo, assim como o Alcoyano, o Catarroja e o Puçol, times de divisões inferiores.


O morcego, de cor negra, aparece no brasão da cidade de Valencia, sobre uma coroa real dourada que encima um escudo com as cores espanholas. O brasão, que remonta ao início do século VI, sempre teve um dragão como ornamento, e não um morcego.


No entanto, no século XVII, o dragão foi substituído por um morcego de asas abertas. O morcego faz parte da história valenciana: os árabes que dominaram a região do século VIII ao XII domesticavam morcegos para que eles comessem os vários mosquitos dos pântanos que cercavam a cidade de Valencia.


No reinado de Jaime I de Aragão, durante o século XIII, um profeta disse que, enquanto o morcego de al-Azraq (o governante árabe de Valencia) voasse livremente, a cidade se manteria sob domínio muçulmano. Um dia, o morcego viu o brasão com o dragão e ficou hipnotizado. Então, Jaime I o capturou e tomou a cidade. Em agradecimento ao morcego, colocou-o no lugar do dragão no símbolo valenciano.


terça-feira, 18 de março de 2008

Podcasting "Fanáticos por Futebol" 02

Agora, a Rádio Bandeirantes está disponibilizando os podcastings dos programas Fanáticos por Futebol em que eu participo com o quadro "Futebol é uma Caixinha de Surpresas" (há quase 3 anos no ar), um dos pais desse blogue.

Mais uma vez, como não posso esquecer, agradeço ao Marcelo Duarte, que me possibilita quase tudo que sou hoje no universo do jornalismo esportivo.

Programa do dia 25/fevereiro

Programa do dia 10/março


Assim que outros programas forem sendo disponibilizados, posto por aqui!

segunda-feira, 17 de março de 2008

China e a hipocrisia

Os recentes e ainda visíveis conflitos no Tibete (região anexada pela China de forma cruenta e unilteral) e a violenta reação do governo chinês são apenas um exemplo do que acontece na última grande ditadura do mundo, sem contar muitos tristes países africanos, Cuba, que não é nada muito bem definido e Venezuela, que ainda, ainda, não é uma ditadura.

A República Popular da China, não podemos e não devemos esquecer, tem um governo totalitário desde 1949. Sob as costas desse governo de partido único (iniciado por um dos grandes sanguinários da história, Mao Tse Tung), pesam inúmeras violações aos direitos humanos, que vão de cerceamento às liberdades individuais e limpeza étnica e social até exílio e execução de oposicionistas, violações aos direitos animais, absoluto desrespeito pelo meio-ambiente e tratamento indigno às massas trabalhadoras e às mulheres.

O que me irrita pessoalmente é o cerrar de olhos que a imprensa tem se apressado em promover no ano de Olimpíadas. Será que há o receio de alguma represália dos organizadores contra órgãos que porventura mostrem as mazelas de um governo ditatorial, corrupto e violentamente repressor?

Espero que não.

Espero que seja apenas desinformação.


domingo, 16 de março de 2008

Semana complicada

A falta de atualização deve-se à uma semana extremamente complicada, em vários sentidos e aspectos.

Volto a postar o quanto antes.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Escalas do meio de semana - 105 FM

Na quarta-feira, faço Rio Preto x Corinthians, direto de São José do Rio Preto, a partir das 20:30.

Conto com a costumeira audiência de todos vocês!

Santos 3 x 2 Noroeste

O jogo entre Santos e Noroeste teve três tempos muito distintos entre si.


Nos primeiros 25 minutos, o time alvinegro dominou o jogo de forma inequívoca, mostrando um futebol muito acima do que já apresentou em qualquer jogo esse ano (inclusive a boa partida contra as Chivas). Foi um domínio claro e límpido: a presença de Sebastián no ataque deu mais mobilidade a Kléber Pereira e Wesley, o que permitiu que Molina se aproximasse mais da área e jogasse de frente para o gol, posição em que ele rende bem mais, porém que exige movimentação constante do ataque. Adoniram marcava com grande qualidade, sempre apoiado pelos bons Adriano e Rodrigo Souto (vai fazer falta esse volante). Enfim, os santistas voavam e até que rapidamente chegaram aos 2x0.


Foi quando Márcio Bittencourt, um técnico que cada vez observo com mais cuidado e que considero uma excelente promessa, mexeu no time. Colocou Gilsinho no lugar de um inoperante lateral Leandro Soares e confundiu completamente a defesa santista (Adoniram não tem boa velocidade para marcar o bom meia noroestino), além de trazer dor de cabeça ao sistema ofensivo do Santos, que perdeu a referência de ataque, já que Júlio e Ralf, até então perdidos, recuram na marcação. E assim foi durante mais quase trinta minutos (os finais do primeiro tempo mais o início do segundo). Nesse meio-tempo, o time de Bauru empatou com imensa justiça, sempre comandado dentro de campo pelo excelente meia Edno.


Apareceu então o juiz. E o bandeira. Entra ano, sai ano, a Federação Paulista investe em formação de novos juízes. O melhor deles é Wilson Seneme, que não é nem de longe uma novidade, mas é regular e erra pouco. Outro bom juiz é José Henrique de Carvalho, que no jogo Corinthians x Guaratinguetá cometeu o mais grotesco dos erros que um árbitro pode cometer. O resto é um deserto: ou pecam pela falta de imposição técnica ou erram por desconhecimento ou, pior dos males, não têm critérios nem coibem a violência.


Edvânio Ferreira Duarte viu o pênalti de Bonfim, que colocou a mão na bola. Foi seu único acerto. Marcou 5 impedimentos inexistentes de forma absurda e ainda debochou da torcida que o criticava, rebolando para os torcedores. Sim: rebolando.


A terceira parte do jogo veio daí em diante. Depois do desempate santista (que decretou o 3 a 2 final), Leão fez algumas trocas que redundaram num recuo, já que Tabata é menos ofensivo que Molina e o zagueiro Marcelo entrou para compôr a defesa, já que Carleto não consegue marcar (algo que ele precisa treinar para ficar mais eficiente). O time ficou com vários defesnores, não criava mais. Por outro lado, o Noroeste se encheu de atacantes, mas também pouco criou, já que Márcio errou ao tirar Edno e Luciano Bebê. A partida ficou aberta, mas sem técnica. Divertida, mas limitada.


A esperança santista deve se fiar na primeira meia hora. Parece uma formação interessante. Com a volta de Kléber, o time pode ganhar em criatividade. Ao contrário de outros momentos, parece que há saída. E grande mérito tem Leão: ao reconhecer a limitação de seu time, tenta criar uma base sólida e dar uma cara à equipe. O caminho pode ser esse.


Quanto à arbitragem dessa tarde-noite, trágica para a arbitragem. E Marcos Marinho, coordenador da arbitragem paulista, diz que nada sabe, diz que nada vê. Bem ao estilo dos juízes que comanda.


Que nada sabem. E que nada veêm.


sexta-feira, 7 de março de 2008

Pelé apóia Copa´14

É difícil saber como pensa Pelé, talvez até para ele mesmo.

Pelé não é uma pessoa, é uma entidade. Uma insitituição.

Por vezes, faz-se (com razão) chacota dele querer separar o Pelé do Edson. Mas entendam.

Como Edson, talvez ele odeie Teixeirão.

Como Pelé, ele precisa jogar, até morrer, pelo Brasil. É o seu carma.

Se Edson não apoiasse a Copa´14, seria normal.

Se Pelé não apoiasse a Copa´14, seria um assombro de repercussão mundial. Repercussão ruim.

Pelé escolheu o Brasil.

Não concordo com ele.

Mas consigo entendê-lo.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Escalas do final-de-semana - 105 FM

Jogos que comentarei esse fim-de-semana na 105 FM

Sábado
08/março
Campeonato Paulista
Portuguesa x São Paulo
a partir das 17:30

Domingo
09/março
Campeonato Paulista
Santos x Noroeste
a partir das 18:10

Matéria sobre escudos na revista Trivela de março

Orgulhosamente, comunico que uma matéria minha sobre origens e significados de lemas em escudos de times de futebol está na revista Trivela desse mês de março.

Há explicações sobre os distintivos de Liverpool, Black Leopards (da África do Sul), Blackburn, Aston Villa e muito mais.

Espero que gostem.


quarta-feira, 5 de março de 2008

Baixo nível

Vejam a manchete do site Futebol Interior sobre o jogo Juventus 5 x 1 Coruripe, válido pela primeira fase da Copa do Brasil 2008.

Não sei o que me assusta mais: se a grosseria do título, a grosseria do "olho" (o subtítulo) ou a falta da crase em "...chegou à puberdade..."

Lamentável o mau-gosto e o mau jornalismo.

sábado, 1 de março de 2008

Rubio Ñú

Ex-jogadores da seleção do Paraguai, Gamarra (zagueiro com espetaculares passagens por Internacional e Corinthians), Arce (lateral-direito que se destacou em Grêmio e Palmeiras) e Rubén Ruiz Díaz (terceiro goleiro paraguaio na Copa de 1998) assumiram na terça, dia 25, o controle do Club Rubio Ñú, time da capital Assunção e que está atualmente na Intermedia, a segunda divisão nacional, que começa a temporada 2008 em 13 de julho.

Gamarra é o gerente da equipe, “Puchi” Ruiz Díaz é o presidente e Arce é o técnico da equipe principal, que busca o acesso depois de mais de trinta anos; a última vez que o time esteve na primeira divisão foi em 1976. Também o ex-zagueiro Ayala (de péssima passagem pelo São Paulo, mas ídolo no argentino River Plate) chegará até o fim do mês como assistente técnico.

Ruiz Díaz, que assumiu a presidência para um mandato de quatro anos, afirmou que a prioridade é fortalecer as divisões de base do time, que já revelou bons jogadores, o último deles o atacante Edgar Bogado, destaque paraguaio no último Sul-Americano sub-20.

O time alviverde (usa camisas brancas com uma faixa vertical verde no centro do peito), calções verdes e meias brancas, Los Ñuenses querem voltar à primeira divisão, mas antes disso, pretendem montar uma base de alto nível, tanto que a reestruturação começará das equipes de jovens, assim como fez o Libertad, que de time médio, passou a ser presença constante e bem-sucedida em competições sul-americanas.

Para isso, é forte a confiança em dois jogadores: Oscar Arrúa e Derlis Céspedes, ambos de 16 anos e que mostraram grandes qualidades no último torneio nacional sub-20. Com eles, o Rubio Ñú, palavra que mistura o guarani, idioma nativo do Paraguai e espanhol, significando “Campo Claro” espera repetir os anos 1963/1964, quando o time subiu à divisão de elite e foi quinto colocado na primeira divisão, respectivamente.

No pequeno estádio Don Eduardo Acosta Caballero, o La Arboleda, para menos de cinco mil pessoas, essa é a expectativa: que o time fundado em 24 de agosto de 1913 viva momentos de glórias verdadeiramente nunca vividos.