Na quarta-feira passada, a seleção portuguesa enfrentou, fora de casa, o Cazaquistão, em jogo válido por mais uma rodada das Eliminatórias da Eurocopa´08.
Portugal de Eusébio, de Figo e agora, de Felipão, é mais do que conhecido.
Mas e o Cazaquistão? Existe futebol no Cazaquistão? Aliás, o que é o Cazaquistão?
Antes de qualquer coisa, é importante dizer que a grafia do nome desse país é, pelo dicionário Houaiss, “Cazaquistão”. A forma “Casaquistão” ainda é usada, mas não é a mais correta, apesar de aceita.
O nome do país em cazaque (o idioma oficial, vagamente assemelhado ao turco, mas escrito em alfabeto cirílico, como é escrito o russo) é Қазақстан, cuja transliteração latina é Qazaqstan. O termo “cazaque”, que dá nome aos habitantes do país (e também aos famosos cossacos), vem da palavra qazaq, que significa “independente” ou “livre” e remete à origem nômade daqueles que deram origem ao país.
Antiga república da extinta União Soviética, o Cazaquistão fazia parte, até 2004, da Confederação Asiática de Futebol, com algum sucesso. Até que decidiu jogar pela UEFA, onde acumula derrotas, mas acumula também experiência e, importante, verbas mais altas e troca de experiências.
Usando tradicionalmente uniformes azuis-claros com detalhes em amarelo, o futebol cazaque não era dos melhores mesmo nos tempos de União Soviética. O primeiro jogador local a disputar uma Copa do Mundo foi Baishakov, apenas na Copa de 1986 e o Kairat Almaty (único time do país a jogar o campeonato soviético) teve sua melhor colocação no mesmo ano, quando chegou em 7° lugar.
As estatísticas cazaques não são das melhores: em 108 jogos oficiais (o primeiro foi uma derrota para a Ucrânia por 2 x 1), a seleção nacional ganhou apenas 29, empatou 25 e perdeu 54, marcando 126 gols e sofrendo 165. Sua maior vitória foi um 7 x 0 contra o Paquistão pelas Eliminatórias para a Copa de 1998 e a maior derrota, um 0 x 6 para a Turquia nas Eliminatórias para a Copa de 2006.
O que poucos sabem é que mesmo durante a existência da União Soviética, suas repúblicas continuaram a ter seus campeonatos locais. No Cazaquistão, os principais campeões foram o Metallurg/Meliorator Shimkent (atual Zhiger Shimkent, com 8 títulos Dinamo Alma-Ata (atual Kairat Almaty, com 5 títulos).
Já o campeonato nacional do Cazaquistão independente, atualmente liderado pelo Aktobe, tem como campeões o Irtysh Pavlodar (com 5 títulos), o Astana e o Yelimay Semipalatinsk, com três títulos cada, o Kairat Almaty, com 2, além do Aktobe e o Taraz, com um campeonato ganho cada.
No estádio Ortalyk Tsentralny (Estádio Central), na capital Almaty, passaram alguns bons jogadores como o goleiro Voskoboynikov e o zagueiro Fomitšev, Atualmente, no time treinado pelo holandês Arno Pijpers, os destaques são o goleiro Loria (australiano de nascimento e que joga no sueco Halmstads), os zagueiros Smakov e Kuchma, o volante Sergienko, os meias ofensivos Baltiev e Karpovich e o bom atacante Zhumaskaliyev.
E acreditem: tem brasileiro jogando no Cazaquistão! O zagueiro Hugo está no Almaty e o atacante Weberson está no Ordabasy.
publicado originalmente no Blog do Birner
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