segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Palmeiras, uma fábrica de clichês

Odeio clichês e chavões.

Como dizem os nomes, são coisas prontas para serem indefinidamente reproduzidas (os clichês) ou imensos objetos que abrem as portas de qualquer argumentação mais complicada.

O clichê é a caixa de esgoto do raciocínio.

Mas é impossível não usar um clichê depois do Palmeiras 1 x 3 Atlético Mineiro de hoje, que eliminou o time verde em pleno Palestra Itália, casa alviverde.
O maldito chavão "ASA de Arapiraca" pairou sobre o estádio praticamente desde o início do jogo.

Com quase 35 mil pessoas presentes (eu entre elas), os torcedores que mais se preocupavam em desejar a queda corinthiana eram repreendidos de forma profética: "primeiro torce pro Palmeiras, que não tem nada ganho... depois torce pra eles caírem".
Era aquela sensação de saber que o seu time podia tremer em casa, aquele medo de um novo Palestrazo.

Quando o valoroso Atlético Mineiro começou melhor, a sensação se agravou. A ineficiência de Deyvid Sacconi era apenas um sintoma que aquela quente e ensolarada tarde teria contornos dramáticos (olha outro clichê aí), como os palmeirenses não querem se acostumar.

Depois do justo gol atleticano, um perdido Palmeiras logo conseguiu o empate num pênalti no mínimo, duvidoso. Edmundo, sem cacoete de armador, largava o pobre Deyvid sozinho na armação para cobrir a absoluta inexistência ofensiva de Luís Henrique.

Na volta do segundo tempo, o time paulista volta com Caio (absurdamente começando no banco) e Martinez, mas Leão, em excelente tarde, constrastante com um confuso Caio Júnior, fez substituições precisas, que acabaram por decretar mais uma derrota palmeirense em casa.

Apesar de o Palmeiras ter perdido alguns gols e ter acertado o travessão, a derrota foi correta pois premiou o time que pareceu realmente ganhar o jogo. O Atlético foi um time, organizado e objetivo, enquanto o Palmeiras, desmontado durante a semana, foi um catado.

Para quem se escora em chavões, foi uma derrota inspiradora. Para o Atlético Mineiro, foi uma prova que esse time tem muito a crescer. Para o Palmeiras, foi uma mostra que o time, apesar de ter chegado longe, foi até bem demais diante de suas limitações.

E assim que tivermos outra decisão no Palestra, ninguém vai se lembrar da Libertadores de 99 ou de outras vitórias em casa.

É o que dizia Barbosa sobre o Maracanazo: é a derrota mais longa da história do futebol.

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