domingo, 20 de maio de 2007

Heerenveen

Evidentemente, muitos estranharam a convocação de Afonso Alves para a seleção brasileira. De fato, arroubos de arrogância à parte, foi uma chamada surpreendente, apesar da boa temporada do atacante no futebol holandês, depois de relativo sucesso também no futebol sueco. Dizer que "nunca ouvi falar desse Afonso" é um excesso de desinformação, mas poucos podem afirmar que sabem há tempos com qual perna ele chuta melhor ou qual sua maior qualidade.

Mas também ouviu-se muitas piadinhas sobre o Heerenveen, time em que joga Afonso. Comparações (que eu chamo de "o trocadilho do argumento") surgiram: "é um time do tamanho do Brasiliense", "é para a Holanda o que o Rio Branco de Americana é para São Paulo".

Fundado em 20 de julho de 1920 na cidade homônima de menos de 30 mil habitantes, localizada na província da Frísia, na Holanda setentrional, o sc Heerenveen (heer significa "lorde" e veen signifca "turfa", já que a cidade foi fundada por nobres que viviam da extração de turfa) é de fato um time modesto mesmo nos parâmetros holandeses e seus grandes feitos foram três vice-campeonatos: um do campeonato holandês em 2000 e outro da Copa da Holanda de 1993 e 1997, além de ser presença constante em torneios europeus, especialmente da Copa da UEFA, resultante de boas colocações no campeonato nacional.

O time foi fundado com o nome de Athleta. Um ano depois, alterou seu nome para Spartaan, o que não durou nem um ano, logo sendo mudado para VV Heerenveen. Apenas após o futebol do clube ter se tornado profissional, apenas em 1977, o time passou a ter o atual nome.

O "Orgulho da Frísia" teve alguns importantes jogadores em sua história de poucas conquistas, mas muitas tradições: Ruud van Nistelrooy, que virou centroavante no Heerenveen, foi artilheiro do time na temporada 97-98, de onde saiu para o PSV por quase 7 milhões de euro, um recorde à época entre times holandeses. Também o atacante Klaas Jan Huntelaar (atualmente no Ajax) destacou-se nos frísios, transferindo-se para Amsterdam por novo valor recorde de 9 milhões de euro. O polonês Arkadiusz Radomski fez grande carreira no time holandês durante sete anos, onde disputou 213 jogos, recorde entre não-holandeses no Heerenveen.

É muito latente no Heerenveen o nacionalismo frísio. Os "corações" no escudo do time são, na verdade, representações estilizadas de um tipo de lírio d'água (Nympaea alba), um dos grandes símbolos da província, que muitos consideram ser um país dentro de outro, com idioma e costumes diferentes dos holandeses. Antes de cada jogo, a torcida entoa o hino da Frísia, em cerimônia que muitos já compararam às danças maoris da seleção neozelandesa de rúgbi.


Estádio Abe Lenstra

O Heerenveen disputa seus jogos no Estádio Abe Lenstra, com capacidade para 25 mil pessoas, cujo nome homenageia o meia-atacante Abe Lenstra (à esquerda), que fez carreira em times como SC Enschede, Enschedese Boys, DOS '19, WSV, DOS Kampen e o Assen. Mas foi no VV Heerenveen (antigo nome do sc) que Lenstra tornou-se um herói frísio e um dos grandes ídolos do futebol holandês antes da geração da década de 70.


3 comentários:

Dassler Marques disse...

gostei e muito das ponderações sobre o Afonso.

tratar como 'não conheço' é um atestado de burrice, embora, convenhamos, quase nenhum de nós conhece. o problema é o tratamento.

abraços!

Dassler Marques disse...

ah
aí fui eu, Dassler.

é que minha assinatura tá errada.
duhh ¬¬

vou corrigir

Maurício disse...

O Afonso não joga nada! Peguei o Heereven no Winning Eleven e tomei um pau do AZ!

Abraços