Entre 1919 (quando foi fundada) e 1992 (quando foi dissolvida), a Associação de Futebol da Iugoslávia (Fudbalski Savez Jugoslavije, em sérvio) representou a Iugoslávia, país que existiu no leste europeu unindo cinco repúblicas: Bósnia-Herzegovina, Croácia, Eslovênia, Iugoslávia (posteriormente separada em dois países, Sérvia e Montenegro) e Macedônia, além de Kosovo, hoje uma província da Sérvia.
Usando camisas azuis e calções brancos (por isso o apelido "plavi", azul em sérvio), a seleção iugoslava sempre foi um time muito tradicional, disputando torneios importantes, inclusive a Copa de 1930, quando eliminou o Brasil na primeira fase e só saiu da Copa ao ser derrotada nas semifinais pelos anfitriões uruguaios.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o time foi dissolvido. Quando voltou a existir, destacou-se muito, tanto que jogou seguidamente as Copa de 1950, 1954, 1958 e 1962, quando chegou à quarta posição: na primeira fase, venceu Uruguai (3 x 1) e Colômbia (5 x 0) e perdeu para a União Soviética (2 x 0); nas quartas, eliminou a Alemanha Ocidental (1 x 0); na semi, foi derrotado pela Tchecoslováquia por 3 x 1 e nas decisão de terceiro lugar, perdeu para o Chile por 1 x 0.
Nesse meio tempo entre Copas, a Iugoslávia foi vice-campeã da Copa Européia de Seleções de 1960 (derrotado pela União Soviética) e de 1968, derrotado pela Itália por 2 x 0. Em 1974, jogou a Copa da Alemanha; em 1976, foi quarta colocada na Copa Européia (que organizou em casa); em 1982, esteve na Copa da Espanha; em 1984, novamente esteve na Copa Européia, assim como na Copa do Mundo em 1990, último torneio internacional disputado por uma seleção que era chamada de "Os Brasileiros do Leste Europeu".
Há que se lembrar que o único título do futebol iugoslavo foi a medalha de ouro nas Olimpíadas de 1960 (no torneio olímpico, a Iugoslávia tem três pratas e um bronze: 1948, 1952, 1960 e 1984 respectivamente), vencendo a Dinamarca no jogo final por 3 x 1.
Localmente, o futebol iugoslavo teve campeonato nacional desde 1923, quando o Građanski Zagreb sagrou-se campeão. O torneio, que sempre teve formato de pontos corridos, ida-e-volta, não aconteceu apenas em 1934, por problemas políticos (o rei Alexander I Karađorđević, que governava como ditador, foi assassinado por um opositor, o que causou grandes dificuldades no país, que então era uma monarquia, pois ficou acéfalo até se decidir quem assumiria) e durante a Segunda Guerra, de 1940 a 1944. Em 1945, o torneio foi disputado por seleções das 6 repúblicas que formavam o país e a seleção do exército, sendo vencido pela Sérvia.
Os campeões (entre parênteses, a cidade-sede e o país atual):
18 Estrela Vermelha (Belgrado, atual Sérvia)
11 Partizan Beograd (Belgrado, atual Sérvia)
9 Hajduk Split (Split, atual Croácia)
5 BSK Beograd, hoje OFK Beograd (Belgrado, atual Sérvia)
5 Građanski Zagreb (Zagreb, atual Croácia)
4 Dínamo Zagreb (Zagreb, atual Croácia)
2 Concordia Zagreb (Zagreb, atual Croácia)
2 Jugoslavija Beograd (Belgrado, atual Sérvia)
2 FK Sarajevo (Sarajevo, atual Bósnia-Herzegovina)
2 Vojvodina Novi Sad (Novi Sad, atual Sérvia)
1 HAŠK Zagreb (Zagreb, atual Croácia)
1 Željezničar (Sarajevo, atual Bósnia-Herzegovina)
Outros clubes que conquistaram títulos (no caso, da Copa da Iugoslávia), foram o Rijeka (Rijeka, atual Croácia), o Velež Mostar (Mostar, atual Bósnia-Herzegovina), o Vardar Skopje (Skopje, atual Macedônia) e o Borac Banja Luka (Banja Luka, atual Bósnia-Herzegovina).
De outras repúblicas, os times mais bem sucedidos, mas sem títulos, dos campeonatos iugoslavos foram: Slavija (Istočno Sarajevo, atual Bósnia-Herzegovina), Budućnost (Podgorica, atual Montenegro), SAŠK Napredak (Sarajevo, atual Bósnia-Herzegovina) e Olimpija Ljubljana (Ljubljana, atual Eslovênia).
Abaixo, os escudos dos times citados acima, na ordem em que foram citados.
Em 1992, a seleção iugoslava, classificada para a Eurocopa, foi excluída do torneio pela UEFA como punição aos crimes de guerra cometidos durante os conflitos dos Balcãs na década de 90. Ainda existiu um time chamado Iugoslávia até 2003, mas era apenas uma remendada versão da antiga república, que teve no lateral Dragan Džajić (décadas de 60 e 70) o jogador com mais partidas disputadas, 85 jogos, e no atacante Stjepan Bobek (décadas de 40 e 50) o maior artilheiro, com 38 gols.
abaixo: Kosovo e República Srpska (províncias da Sérvia e da Bósnia-Herzegovina, respectivamente, que possuem federações locais)
3 comentários:
Bela menção, Bindi!
Por coincidência, na hora que vi esse post estava fuçando a camisa retrô da Iugoslávia no site abaixo:
http://www.subsidesports.com
Abraço!
Mestre Bindi, o nome IUGOSLÁVIA me chamou atenção desde garoto (faz tempo). Me atrai pelo nome e depois tudo o que aparecia nos jornais e revistas sobre a IUG, eu lia com atenção. Sabe, certa vez Roberto Rivellino me disse que quando jogava tinha receio e prazer de enfrentar os iugoslavos. Receio porque os caras eram tinhosos e prazer pelo fato de jogarem bonito. abraço
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