quarta-feira, 20 de junho de 2007

Riquelme

Naturalmente, o futebol tem um aspecto bélico: são pessoas lutando contra pessoas, um tentando conspurcar a meta do outro. Lembra muito o xadrez, o gamão. Jogos de origem guerreira. Com futebol, as pessoas brigam jogando videogame, botão e pinobol.

O futebol é estratégico, como a guerra. Há táticas, flancos, plantéis, soldados. Há matar e morrer (nem sempre e miseravelmente nem sempre de modo figurado). Há generais, coronéis e até cavalos.

Mas quando leva-se todas essas analogias muito a sério, elas nos cegam do essencial do futebol: o talento. O improviso. A bola de meia. As pernas tortas.

Felizmente, tenho idade para ter visto Zidane, Zico, Kaká, Alex. E tenho idade para ver Riquelme.

E contra gênios como esses, não tem garra, não tem imortalidade, não tem briga, não tem guerra.

Não tem tática nem matemática.

O talento ainda ganha títulos.

4 comentários:

Dassler Marques disse...

Se Mílton Neves e Mauro Beting leram e elogiaram, eu não poderia mesmo discordar. Até porque, está perfeitamente perfeito!

abraço Bindão, perdeu o lanche po!
fica pra próx :)

[]'s

André Rocha disse...

Perfeito mesmo!

Só não acho o Riquelme um gênio nem um world class. Mas sobra E MUITO na América do Sul. Nesta final ele era o referencial de talento, bem acima dos demais.

Maurício disse...

Depois dessa eu abaixo a cabeça e reduzo-me à minha insignificância. Estupendamente estupendo.

Arthur Virgílio disse...

Concordo plenamente. O Boca gastou 2 milhões por Riquelme, para que o mesmo atuasse apenas quatro meses. Deu certo. Investimento ótimo que gerou o hexa da Libertadores.

O argentino honrou a mística da camisa 10.