O jogo entre Santos e Noroeste teve três tempos muito distintos entre si.
Nos primeiros 25 minutos, o time alvinegro dominou o jogo de forma inequívoca, mostrando um futebol muito acima do que já apresentou em qualquer jogo esse ano (inclusive a boa partida contra as Chivas). Foi um domínio claro e límpido: a presença de Sebastián no ataque deu mais mobilidade a Kléber Pereira e Wesley, o que permitiu que Molina se aproximasse mais da área e jogasse de frente para o gol, posição em que ele rende bem mais, porém que exige movimentação constante do ataque. Adoniram marcava com grande qualidade, sempre apoiado pelos bons Adriano e Rodrigo Souto (vai fazer falta esse volante). Enfim, os santistas voavam e até que rapidamente chegaram aos 2x0.
Foi quando Márcio Bittencourt, um técnico que cada vez observo com mais cuidado e que considero uma excelente promessa, mexeu no time. Colocou Gilsinho no lugar de um inoperante lateral Leandro Soares e confundiu completamente a defesa santista (Adoniram não tem boa velocidade para marcar o bom meia noroestino), além de trazer dor de cabeça ao sistema ofensivo do Santos, que perdeu a referência de ataque, já que Júlio e Ralf, até então perdidos, recuram na marcação. E assim foi durante mais quase trinta minutos (os finais do primeiro tempo mais o início do segundo). Nesse meio-tempo, o time de Bauru empatou com imensa justiça, sempre comandado dentro de campo pelo excelente meia Edno.
Apareceu então o juiz. E o bandeira. Entra ano, sai ano, a Federação Paulista investe em formação de novos juízes. O melhor deles é Wilson Seneme, que não é nem de longe uma novidade, mas é regular e erra pouco. Outro bom juiz é José Henrique de Carvalho, que no jogo Corinthians x Guaratinguetá cometeu o mais grotesco dos erros que um árbitro pode cometer. O resto é um deserto: ou pecam pela falta de imposição técnica ou erram por desconhecimento ou, pior dos males, não têm critérios nem coibem a violência.
Edvânio Ferreira Duarte viu o pênalti de Bonfim, que colocou a mão na bola. Foi seu único acerto. Marcou 5 impedimentos inexistentes de forma absurda e ainda debochou da torcida que o criticava, rebolando para os torcedores. Sim: rebolando.
A terceira parte do jogo veio daí em diante. Depois do desempate santista (que decretou o 3 a 2 final), Leão fez algumas trocas que redundaram num recuo, já que Tabata é menos ofensivo que Molina e o zagueiro Marcelo entrou para compôr a defesa, já que Carleto não consegue marcar (algo que ele precisa treinar para ficar mais eficiente). O time ficou com vários defesnores, não criava mais. Por outro lado, o Noroeste se encheu de atacantes, mas também pouco criou, já que Márcio errou ao tirar Edno e Luciano Bebê. A partida ficou aberta, mas sem técnica. Divertida, mas limitada.
A esperança santista deve se fiar na primeira meia hora. Parece uma formação interessante. Com a volta de Kléber, o time pode ganhar em criatividade. Ao contrário de outros momentos, parece que há saída. E grande mérito tem Leão: ao reconhecer a limitação de seu time, tenta criar uma base sólida e dar uma cara à equipe. O caminho pode ser esse.
Quanto à arbitragem dessa tarde-noite, trágica para a arbitragem. E Marcos Marinho, coordenador da arbitragem paulista, diz que nada sabe, diz que nada vê. Bem ao estilo dos juízes que comanda.
Que nada sabem. E que nada veêm.
Um comentário:
Bindi, se você acha que as arbitragens do Paulistão estão ruins, experimente acompanhar alguns jogos da Série A-2. Alguns árbitros são ruins de chorar.
A solução? Simples: profissionalizar a arbitragem. Quando os caras dependerem disso para viver, vai ver se não vão começar a trabalhar direito.
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