quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Nunca esqueçam da Escola Base

Em 1994, Maria Aparecida Shimada, seu marido Ikushiro Shimada e Maurício de Alvarenga foram acusados por duas mães de alunos da Escola Base, localizada no bairro paulistano da Aclimação (da qual o casal Shimada era proprietário e Alvarenga, funcionário) de promoverem orgias com as crianças da escola.

A polícia, através o delegado Edélcio Lemos, logo acatou a denúncia e promoveu, com enorme ajuda da imprensa, uma caça às bruxas contra os três envolvidos. "Perua escolar carregava crianças para orgia" manchetou a extinta Folha da Tarde, chamada mais sensacionalista que a deplorável capa de Veja: "Escola de horrores".

Depois de acabarem com a vida dos supostos pedófilos (a escola de educação infantil foi depredada, os donos estavam falidos, com graves transtornos psicológicos por serem ameaçados de morte em telefonemas anônimos.), imprensa e polícia tiveram que noticiar que as denúncias eram falsas e desprovidada de qualquer fundamento.

Talvez seja o mais emblemático caso que decisões açoadadas devem ser evitadas sempre e que jogar na lama o nome de alguém é um erro que deve ser evitado.

É natural que casos de pedofilia são repugnantes, nojentos e todos os adjetivos depreciativos que se possa imaginar. É um crime de extrema barbárie e desumanidade. Por isso, qualquer notícia ou análise nesse sentido, enquanto não houver provas que não sejam as circunstanciais, devem ser evitadas.

Se Joanna Maranhão realmente foi vítima dessa nojeira, os responsáveis devem ser exemplar e justamente punidos.

Por isso, antes de massacrar o ex-técnico ou de acusar Joanna de mentirosa, há que se apurar e checar.

Para não correr o risco de acabar com duas vidas. E não correr o risco de relativizar um crime nojento.

fontes: Instituto Gutemberg, Observatório da Imprensa, AJORB - Associação dos jornais e revistas de bairro de São Paulo, JuridWeb, Consultor Jurídico.

3 comentários:

Anônimo disse...

perfeito, bem lembrado!!
hj vou ouvir a 105 daqui de recife!!
ab

Sérgio disse...

a escola base fica do lado de casa, até hj a casa tá pra alugar desde que estorou a bomba.

acho q até hj ela carrega o carma da injustiça dessa historia toda e ninguem quer montar algum estabelecimento naquele lugar

Expedito Paz disse...

Nos jornais pernambucanos de hoje, a queixa-crime do treinador diz que Joanna está usando a história para "acobertar uma carreira fracassada". E detalhe: outra nadadora denunciou o mesmo treinador... de toda forma, é fato que é sempre bom lembrar da Escola Base, que deve sempre servir de aula de como uma cobertura de mídia pode destruir vidas.