Pois bem.
Mais uma bola fora de Placar. Matéria deplorável, no nível daquela que revelou salários de jogadores.
Li a matéria. Bem escrita (apesar de algo raivosa). Bem apurada. E a chamada de capa não é sensacionalista. Aliás, na capa, cadê o nome FIAT na camisa do Denílson?
A matéria é necessária? Para vender revista e criar repercussão, sim.
A capa da matéria mostrando Casagrande deploravelmente retratado é sensacionalista? Não sei, mas é apelativa.
O box "Carreiras Marcadas" tem esse título sem querer? Foi apenas um erro ou uma piada de péssimo gosto?
O box "A CASA CAIU NÃO, CASÃO", que eu achava que seria redentora, repetiu o tom acusatório da matéria.
Isso é discussão para simpósio de jornalismo. Mas acho que é o tipo de matéria que o departamento comercial adora. Eu, por questões de princípio, não publicaria. Quem publica não é safado, fajuto, desonesto ou sem-vergonha. Mas tem uma noção de respeito a outro ser humano que eu discuto.
Talvez eles se orgulhem de dar um furo que todo mundo já sabia. Um dia espero que se envergonhem de expor de forma tão sensacionalista a vida de um outro ser humano.
Do ponto de vista mercantil, entendo. É pra vender revista. É pra fazer dinheiro. Do ponto de vista humano, é repugnante.
É indigno.
ATUALIZADO EM 02/abril
Há quem defenda Placar dizendo que a matéria é de interesse público, que foi publicada para "dar uma resposta ao leitor".
Interesse público? Quem é Casagrande? Um ex-atleta e atual comentarista da TV Globo. Só isso.
É interesse público saber que o marido de Suzana Vieira foi pego no motel batendo em prostitutas?
É interesse público saber que Amy Winehouse cheia cocaína a ponto de ficar com a nariz sujo?
É interesse público saber que Woody Allen transava com sua enteada na mesma cama que ele dormia com a sua esposa?
Não devemos confundir interesse público com CURIOSIDADE pública.